Será que podemos executar lajes treliçadas em balanço?
Uma pratica comum no mercado é o uso de Lajes treliçadas em balanço em situações de marquises e varandas. Mas será que devemos adotar essa solução?
Pedro & Carlos // 14 de abril de 2020 // 16:51
As fundações são importantes elementos estruturais responsáveis por distribuir a carga da edificação de forma segura.
Elas garantem que os demais elementos se mantenham no lugar e a obra não apresente trincamentos ou deslocamentos excessivos.
Mas você sabe quais são os principais tipos de fundações?
Existem vários tipos e cada um se adéqua a uma situação diferente. Nesse artigo vamos falar um pouquinho sobre cada uma delas!
Existem dois grupos de fundação, as fundações rasas e as profundas.
Segundo a NBR 6122, as fundações rasas, também conhecidas como diretas ou superficiais, são definidas como elementos de fundação no qual sua base é assentada em profundidade inferior a duas vezes a menor dimensão.
No grupo das fundações rasas, existem os blocos, as sapatas e os radiers.
Os blocos são elementos de fundação constituídos de concreto ou outros materiais, a exemplo de alvenaria ou pedras.
Seu formato, geralmente paralelepípedo, é tal que o material seja capaz de suportar as tensões resultantes de tração sem o auxílio de armadura.
Os blocos são utilizados em obras de pequeno porte, no qual as cargas são pequenas, são vantajosos por ter velocidade e baixo custo de execução.
O radier é um tipo de fundação superficial projetado para receber mais que 70% das cargas da estrutura.
É semelhante a uma laje maciça, porém apoiada no solo.
O uso do radier é preferível quando se busca evitar recalques diferenciais ou quando optar por sapatas ocupa uma grande porcentagem da área da construção (geralmente graças à baixa resistência do solo).
As sapatas são elementos de fundação semelhantes aos blocos, porém com a presença de armadura para resistir aos esforços de tração.
As sapatas podem ser do tipo comum, no qual recebe cargas de apenas um pilar, associada, quando recebe cargas de dois ou mais pilares não alinhados (desde que não ultrapassem 70% das cargas), e corrida, quando recebe cargas lineares ou de três ou mais pilares alinhados, respeitando os mesmos limites da anterior.
As sapatas são soluções indicadas para solos resistentes já nas camadas superiores, necessitando de pouca escavação.
Sua execução não requer tanto volume de concreto ou uso de ferramentas especiais.
Além dos tipos já citados de fundação, há a viga baldrame (também conhecidas como cintas).
São vigas comuns posicionadas abaixo do nível do solo e percorrem todo o comprimento das paredes.
Dependendo do solo, podem ser executadas sozinhas, porém é mais comum serem associadas com sapatas.
A presença de vigas baldrame também contribuem para o travamento dos pilares, proporcionando uma estrutura mais rígida e segura.
Vimos quais são os principais tipos de fundações rasas, veremos agora quais são os principais tipos de fundações profundas!
As fundações profundas são elementos que transmitem as cargas para o solo por meio da sua base, pela superfície lateral ou combinação das duas.
As fundações profundas mais comuns podem ser classificadas em dois subgrupos: as estacas e os tubulões.
Os tubulões são elementos de fundação que necessitam de uma etapa de escavação manual para realizar a limpeza do fundo ou alargar a base.
Os tubulões podem ser revestidos de concreto ou aço.
Existem dois tipos, tubulão: a céu aberto e a ar comprimido.
O primeiro é executado quando a cota da base se localiza acima do lençol freático, e o segundo quando é necessário ultrapassar o lençol.
Por motivos de segurança e saúde dos operários, o uso do tubulão pressurizado foi proibido por lei e não deve ser mais utilizados nas obras.
As estacas são as fundações que não recorrem a escavação manual, podem ser de concreto, aço ou madeira, pré-fabricados ou moldados in loco.
Os tipos mais comuns são: estaca de deslocamento, pré-moldadas de concreto, metálicas, de madeira, Franki, Strauss, trado rotativo, hélice contínua e raiz.
É executada a partir da escavação sem retirada de solo, o material é compactado na parede.
Ao finalizar o furo, ao retirar o equipamento já é feita a concretagem.
Este tipo de estaca melhora as tensões laterais e as condições de atrito.
São inseridas no solo através de percussão, prensagem ou vibração.
São resistentes à tração e flexão, e possuem bom controle de qualidade, porém não conseguem ultrapassar solos resistentes.
Podem ter vários formatos, são cravadas com martelo de queda livre.
Possibilitam atravessar solos resistentes e emendas de estacas, porém o custo é elevado e necessita de proteção contra corrosão.
Geralmente feitas com troncos de árvore, também podem ser emendadas, mas são mais indicadas para obras provisórias, abaixo do nível de água tem sua duração prolongada, mas há a possibilidade de ocorrência de fungos e bactérias.
É executada pela cravação de tubo de ponta fechada. À medida que o tubo é retirado, são inseridos o concreto e a armadura.
Este tipo possui grande resistência a cargas e pode ser executado em profundidades elevadas, porém o tempo de execução é maior.
É executada a partir da escavação com remoção de solo e enchendo a escavação com concreto.
Sua execução é fácil caso não atinja o nível d’água, porém possui capacidade de carga inferior a outras soluções.
É executada a partir de torque, quando o trado atinge a cota de arrasamento, o material que fica em seu interior é retirado junto com o trado, após a limpeza e apiloamento da base é executada a concretagem, de preferência com concreto autoadensável.
Com esse tipo de estaca é possível atingir maiores profundidades sem muita sujeira, porém não possui resistência de ponta.
Para a execução de estaca do tipo hélice contínua é aplicado torque em uma haste tubular com hélice.
Neste tipo é possível fazer o monitoramento eletrônico das etapas, atinge profundidades altas e atravessa camadas muito resistentes, porém é necessário um ambiente plano e alto custo para sua execução.
É executada com equipamento de rotação com circulação de fluido, a armadura é posicionada no furo e, em seguida, há o preenchimento com argamassa.
Seu uso permite atravessar qualquer tipo de solo, mas tem alto custo, gerando desperdício de água e consumindo muito aço e argamassa.
E se você está iniciando a sua carreira na construção civil e ainda não sente segurança, da uma olhada nesse treinamento que elaboramos para você!
Grande abraço e até o próximo artigo.
Uma pratica comum no mercado é o uso de Lajes treliçadas em balanço em situações de marquises e varandas. Mas será que devemos adotar essa solução?
Muitos tipos de agregados podem ser usados no concreto, um dele é a laterita. Mas será que o uso da laterita no concreto vale a pena?
Você sabia que existem vários tipos de recalque? É importante saber quais são e como classificá-los para que possamos evitá-los! Dá uma olhada.
A norma que rege o projeto e a execução de fundações sofreu recentemente algumas atualizações recentes. Veja aqui o que muda com a atualização da NBR 6122!
Uma das situações mais comuns com que nos deparamos é necessidade de apoiar lances inteiros ou trechos de alvenaria diretamente sobre a laje e assim fugirmos de um excesso de vigas, que podem realmente interferir na proposta arquitetônica.
Engenheiro civil e fiscal de obras
Especialista em Eng diagnóstica
Diretor técnico na Neo Ipsum
Estudante de Engenharia civil
Estagiário na Neo Ipsum
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