Furar vigas: Será que essa prática é permitida?
E aí, será que podemos furar vigas? Nesse artigo vamos ver se essa prática é adequada em relação a qualidade e segurança da construção.
Pedro & Lucas // 05 de outubro de 2020 // 17:45
As microfissuras estão presentes na maioria das obras da construção civil, principalmente naquelas que usam tecnologias construtivas baseadas em concreto e argamassas cimentícias.
Em alguns casos, as microfissuras podem ser ignoradas por não apresentarem nenhum problema as estruturas sendo apenas uma reação natural do concreto (desde que em quantidade e tamanho controlados), mas elas devem sempre ser evitadas.
Existem várias maneiras de diminuir a ocorrência dessas microfissuras, e nesse artigo falaremos sobre uma delas: o uso de fibras de polipropileno no concreto.
O uso de fibras no concreto é um habito que tem se tornado cada vez mais comum, entretanto, algumas dificuldades ainda existem em relação a utilização em obras, talvez a maior delas seja falta de um padrão internacional que regule o uso de fibras.
Em relação as fibras, um tipo que apresenta inúmeras vantagens e estão sendo utilizadas com cada vez mais frequência são as fibras de polipropileno, mas o que é o polipropileno?
Polipropileno (PP) é um polímero derivado do propileno, que tem forma molecular C3H6. É classificado como um termoplástico, ou seja, um plástico que apresenta deformidades com o aquecimento.
As fibras de PP que são utilizadas na engenharia civil, de forma geral, se apresentam em dois tipos de estruturas, que são:
Que podem ser:
· Monofilamentos: finos filamentos de polipropileno cortados em um tamanho padrão.
· Fibriladas: é composta por uma malha de finos filamentos de seção retangular.
A utilização de microfibras de polipropileno no concreto, geralmente, proporciona uma difícil trabalhabilidade e, em consequência disso, normalmente utiliza-se superplastificantes na mistura. Embora esse seja um ponto negativo, as fibras tem um bom desempenho na redução de microfissuras.
As características do polipropileno no concreto variam de acordo com:
· Traço do concreto
· Dimensões das fibras utilizadas
· Teor de fibras no concreto.
Para a adição de fibras de 19 mm e com teor de fibras de 0.1% do volume do concreto com traço de 1:2:3, percebesse uma redução de cerca de 48% das microfissuras plásticas, resultado bastante expressivo.
Mudando de concreto pra argamassa, usando as mesmas fibras e mesma proporção em relação a argamassa (0.1%) e com traço de 1:2, os resultados se tornam um pouco diferentes, as microfissuras têm uma queda de 32% na argamassa em comparação a argamassas sem as fibras.
Estas são as menos conhecidas, entretanto podem ser utilizadas para substituir telas metálicas. São mais baratas que o aço e proporcionam uma economia na obra.
Seus principais pontos positivos é que atuam auxiliando na resistência a fadiga e impactos, além de tornar o concreto um material mais dúctil.
A utilização de fibras no concreto é um conceito que vem ganhando destaque a cada ano que se passa, isso porque de forma geral as fibras tem uma ótima relação de Custo x Benefício.
A implementação de novas tecnologias na área da construção civil, no Brasil, sempre enfrenta uma série de dificuldades, como falta de confiança, falta de mão de obra qualificada e profissionais capacitados, entretanto todos esses problemas surgem da falta de investimentos.
A utilização de fibras de polipropileno no concreto, seja como microfibras ou macrofibras, é um processo que deve ser estudado, se feito de forma adequada melhora significativamente alguns aspectos e atributos do concreto.
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Grande abraço!
E aí, será que podemos furar vigas? Nesse artigo vamos ver se essa prática é adequada em relação a qualidade e segurança da construção.
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Engenheiro civil e fiscal de obras
Especialista em Eng diagnóstica
Diretor técnico na Neo Ipsum
Estudante de engenharia civil
Estagiário na Neo Ipsum