Será que podemos executar
lajes treliçadas em balanço?

No Brasil, ainda tempos uma cultura de construir irregularmente com o simples objetivo de economizar recursos. Com isso, várias construções são realizadas sem o devido estudo.

Comumente, a arquitetura de uma construção prevê regiões em balanço, como por exemplo as marquises. Se deparando com isso, uma solução bastante comum é o uso de lajes treliçadas em balanço.

Mas vem cá, pode isso Arnaldo?

Para entender melhor, vou te explicar como que uma laje treliçada foi pensada para funcionar.

A laje treliçada consiste em vigotas pré-moldadas apoiadas em vigas com enchimento de bloco cerâmico ou EPS.

Esse método construtivo se baseia em economia de concreto e aço em regiões específicas, considerando que a laje está submetida apenas a momento fletor positivo.

Mas no caso de uma laje em balanço, a situação se inverte e o momento predominante passa a ser negativo, ou seja, a região superior da laje será tracionada.

Sabemos então que o concreto não é resistente a esforços de tração, necessitando de aço nessa região, o que não ocorre em lajes treliçadas.

Além disso, se analisarmos a região inferior da laje, será possível perceber que ela está sofrendo esforços de compressão.

Nessa região, o concreto serve justamente para combater esses esforços, porém, no caso das lajes treliçadas, essa região está preenchida por lajotas cerâmicas, que não são adequadas para suportar o carregamento existente.