Impressão 3D na construção: Vantagens e desvantagens
A tecnologia vem inovando muito a todas as áreas da industria. Nesse artigo falaremos sobre impressão 3D na construção civil!
Hugo & Lucas// 07 de agosto de 2020 // 10:33
A metodologia BIM vem ganhando cada vez mais espaço no mercado da construção civil brasileiro, entretanto, em outros países essa metodologia está presente na maior parte das construções.
Hoje vamos falar um pouco sobre a implementação de BIM no Brasil e ao redor do mundo.
Decidimos falar um pouco sobre 5 países, os EUA, a Inglaterra, França, Finlândia e Brasil, passando pelos principais pontos da adesão ao BIM nesses países. Vamos começar!?
Os Estados Unidos da América foi o país responsável pela criação do BIM na década de 70, no entanto, demorou um pouco para que essa metodologia fosse olhada como algo viável para o mercado da construção civil americana.
A partir dos anos 2000 esse novo modelo de projetar e construir começou a ganhar bastante destaque em solo americano, porém, apenas em 2006 é que houve uma medida oficial do governo americano.
Em 2006 o BIM se tornou obrigatório em todos os projetos federais dos EUA, exceto os edifícios militares.
Embora sejam a pátria idealizadora dessa metodologia, atualmente não são o país com maior nível de maturidade BIM, isso é decorrente da falta de regras e parâmetros uniformes e abrangentes no país.
Em todo o país o BIM é baseado no sistema Cliente individual/Contratado.
Atualmente, a Inglaterra é o país com maior destaque e nível de maturidade BIM, atualmente está no BIM nível 2 e tentando chegar ao BIM nível 3.
Lá em 2011, o governo britânico criou a Estratégia de Construção do Governo do Reino Unido, tendo como foco a disseminação da plataforma nos empreendimentos públicos e privados.
A ideia do governo era atingir uma redução nos custos dos projetos de construção em cerca de 20%, assim como a redução da emissão de carbono.
Em 2012 foi elaborada a Estratégia de Pousos Suaves do Governo (GSL) com o objetivo de auxiliar na transição entre a fase conceitual de projeto e construção e a fase de operação.
O processo de implementação da estratégia GSL seguem o modelo Bew-Richards de níveis de maturidade BIM, é possível ver uma ilustração do modelo logo abaixo:
Além disso, foi estabelecido que até 2016 o mercado da construção civil do Reino Unido deveria fazer o uso ativo do COBie (Para saber o que é COBie, clique aqui).
Atualmente existe um conjunto de metas a serem atingidas para 2025, essas são:
· Reduzir os gastos iniciais com edificações e manutenções em 33%;
· Reduzir os gases de efeito estufa em 50% em ambientes urbanos;
· Reduzir o tempo médio de projeto e construção em 50%.
Embora a maioria desses objetivos sejam para o Reino Unido inteiro, apenas a Inglaterra vem conseguindo cumprir essas metas e vem se tornando um expoente no mundo da construção, principalmente quando falamos em BIM.
A Finlândia há alguns anos vem entrando de forma gradativa na metodologia BIM.
Em 2007, o governo do país estabeleceu o uso obrigatório do BIM para obras públicas, mas não foram divulgadas orientações ou normas quanto ao uso e implementação dessa metodologia.
Em 2012, devido a alguns problemas de desorganização durante os processos de implementação, o governo publicou o manual “Objetivos Orientados à Tecnologia BIM” com o intuito de auxiliar as empresas e organizações.
A França vem caminhando a passos largos para a implementação do BIM no país.
Uma pesquisa de 2010 mostrou que 40% dos arquitetos, 29% das empreiteiras e 44% dos engenheiros já usavam o BIM em sua área de atuação.
O plano da França é conseguir implementar a metodologia BIM no país de forma gradativa.
Em 2015 houve a criação do PTNB, uma sigla para “Plano de Transição Digital do Edifício” em tradução livre.
Esse plano exigiu que a partir de 2017, em licitações públicas, será exigido de forma gradativa o uso do BIM, até que se torne obrigatório.
Além disso, com objetivo de incentivar o uso do BIM e dar suporte a pequenas e médias empresas do ramo da construção civil que passariam por dificuldades para implementar essa nova metodologia, a França criou a plataforma pública KROQI.
Essa plataforma permite que todos no mercado da construção possam usar o BIM de forma gratuita.
A França disponibiliza diversos APPs gratuitos e de formatos abertos (como o IFC) com o intuito de ajudar na disseminação.
A previsão é que graças ao KROQI o BIM atinja um alto nível de implementação na França até o final de 2022.
Com um plano claro e organizado a França vem se destacando no mercado da construção principalmente se tratando de BIM.
No Brasil a metodologia BIM ainda é tratada como uma novidade, e de fato, o número de pessoas atuantes no mercado da construção civil ainda é baixo.
Embora o Brasil não figure entre os principais países no uso do BIM, a procura e preocupação para a implementação desse tipo de serviço vem crescendo a cada dia.
Atualmente, mesmo que o mercado da construção civil brasileira não esteja usando a metodologia BIM, é difícil encontrar alguém que não tenha ouvido falar ou não saiba sobre o que se trata.
Buscando acompanhar as tendências mundiais do mercado da construção civil, foram estabelecidos dois decretos, o nº 9.983 em 22 de agosto de 2019 e o nº 10.306 em 2 de abril de 2020.
Esse decreto teve como finalidade estabelecer a estratégia nacional de implementação de BIM.
O modelo criado foi baseado na Estratégia de Pousos Suaves (GSL) do Reino unido, e seus principais objetivos são:
· Difundir o BIM e os seus benefícios;
· Coordenar a estruturação do setor público para a adoção do BIM;
· Criar condições favoráveis para o investimento, público e privado, em BIM;
· Estimular a capacitação em BIM;
· Propor atos normativos que estabeleçam parâmetros para as compras e as contratações públicas com uso do BIM;
· Desenvolver normas técnicas, guias e protocolos específicos para adoção do BIM;
· Desenvolver a Plataforma e a Biblioteca Nacional BIM;
· Estimular o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias relacionadas ao BIM;
· Incentivar a concorrência no mercado por meio de padrões neutros de interoperabilidade BIM.
O decreto ainda estabelece a existência do comitê gestor da estratégia composto por vários integrantes de vários ministérios. Suas principais responsabilidades são:
· Definir e gerenciar as ações necessárias para o alcance dos objetivos;
· Elaborar anualmente o seu plano de trabalho;
· Fiscalizar as contratações (editais);
· Avaliar resultados;
· Articular as estratégias com a união, estados e municípios
Mais recentemente, foi lançado o decreto nº 10.306 que estabeleceu, de fato, a utilização do BIM na execução direta e indireta de obras e serviços de engenharia e arquitetura realizada pelos órgãos públicos e entidades da administração pública federal.
A fase 1 terá início em 2021, com ela os projetos públicos serão obrigatoriamente feitos em plataformas BIM.
Nessa fase é preciso que nos projetos arquitetônicos, estruturais, hidráulicos, HVAC e elétricos seja feito o uso de BIM, assim verificando interferências, possibilitando a extração de quantitativos e geração de documentos gráficos.
A fase 2 terá início em 2024, além das obrigações da etapa anterior será exigido o uso da quarta (4D) e da quinta (5D) dimensão do BIM, que seria a utilização da metodologia para o planejamento da execução, orçamentação e atualização dos modelos em construção.
A fase 3 terá início em 2028, além das obrigações das duas fases anteriores, será necessário gerar informações para o ciclo de vida da edificação, como os serviços de gerenciamento e manutenção da edificação, representando assim a sétima dimensão do BIM (7D).
Essas três fases são uma parte da aposta do governo brasileiro para a implementação do BIM.
Com esse planejamento espera-se que até 2024, 50% do PIB da construção civil esteja usando o BIM como principal metodologia de projetos e construção.
No mundo todo, o BIM vem crescendo e se tornando um agente cada vez mais importante no mercado da construção civil.
Atualmente, a maioria dos países estão se adaptando a essa nova realidade.
O processo de implementação de BIM no Brasil vem ganhando força, e entender como esse setor se desenvolve pelo mundo é um fator importante para se obter uma boa visão de mercado e estar à frente dos principais concorrentes.
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