O que é e como funciona o BricsCAD
Os engenheiros e arquitetos devem estar sempre atentos às novas ferramentas e soluções que surgem no mercado. Uma dela é o BricsCAD!
Hugo // 10 de março de 2020 // 12:31
Esse é o quinto artigo de uma série de artigos acerca do uso da plataforma BIM para a adequação de projetos à Norma de Desempenho NBR 15575.
Para que haja um melhor entendimento do conteúdo, leia o primeiro artigo (clique aqui!), o segundo (clique aqui!), o terceiro (clique aqui!) artigo e o quarto (clique aqui!) artigo da série.
Com os projetos arquitetônico, estrutural, hidrossanitário, elétrico e as análises energéticas concluídas foi possível, então, dar início as etapas de gerenciamento e quantificação dos insumos da obra.
Nessa etapa foi utilizado o software Navisworks da Autodesk e o modelo de planilhas CObie, desenvolvido pelo governo britânico.
O primeiro passo consistiu na anexação de todos os projetos em um só arquivo dentro do Naviswork atentando-se para a escala e o ponto de origem dos projetos, de forma que eles fossem sincronizados perfeitamente, evitando assim a ocorrência de erros.
As ferramentas do Navisworks trabalham utilizando os dados importados das famílias. Portanto, é importante que elas sejam bem elaboradas na etapa de produção dos projetos.
Podemos ver abaixo os projetos integrados.
O programa permite a visualização do modelo através de ferramentas de voo e de caminhada utilizando um avatar, conforme pode ser visto na imagem a seguir.
Isso possibilita que o usuário tenha uma noção geral do conjunto dos projetos.
Antes de dar início à quantificação dos elementos, teve-se que saber ao certo se não eram necessárias modificações nos projetos e, para isso, foi utilizada a ferramenta de detecção de interferências (ou clash) que, dependendo da instrução do usuário, identifica onde há sobreposição de elementos de projetos distintos ou até de um projeto com ele próprio.
O usuário também pode definir o nível de rigor dos conflitos, alterando a quantidade de pontos a serem modificados, assim como fazer uma anotação de onde são esses conflitos que serão enviadas aos respectivos projetistas.
Nesse trabalho foram analisadas as seguintes interferências (com rigor intermediário): Estrutural-Elétrico; Estrutural-Hidrossanitário; Elétrico-Hidrossanitário; Estrutura-Arquitetura.
Definidas as configurações, o programa acusou um total de 1236 interferências, conforme mostrado na imagem abaixo, e devido a disponibilidade de tempo, optou-se por não realizar as modificações.
Dando prosseguimento ao projeto, foi iniciada a geração do orçamento.
Essa etapa, realizada no Navisworks, consistiu na implantação de um banco de dados com as fichas de composição de cada serviço.
Foi utilizada como referência nesse trabalho a tabela de insumos do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e índices da Construção Civil (SINAPI).
A implementação dessa tabela consome bastante tempo, porém ela pode ser salva e utilizada em futuros projetos.
Na imagem abaixo pode-se ver a interface do painel de catálogos, percebe-se que são apresentados diversos parâmetros (comprimento, área, perímetro, etc.) que podem ser modificados de acordo com os valores das tabelas de insumo utilizadas.
Realizada a inserção dos dados de insumos foi criada uma tabela de itens.
Nessa tabela são geradas as representações dos elementos que compõe a edificação (vigas, tubulações, etc.) aos quais são associados os parâmetros de insumos respectivos anteriormente criados.
Com esses dados organizados pôde-se, então, associar as famílias do modelo aos itens da tabela, esse processo é chamado de “Takeoff”.
Cada família, a depender da maneira que foi criada, traz um conjunto de informações associadas relativas à sua geometria e o Navisworks se aproveita dessas informações para gerar os quantitativos de cada insumo, inclusive da quantidade de horas de mão de obra. A imagem abaixo apresenta a tabela de itens dos insumos já quantificada:
Nessa etapa era possível utilizar a ferramenta “time liner” do Navisworks ou o programa MS Project da Microsoft para fazer a construção do diagrama de Gantt, que representará a duração de cada atividade e suas respectivas atividades antecessoras.
Nesse projeto preferiu-se desenvolver o diagrama no MS Project e exportá-lo para o Navisworks tomando como base a quantidade de horas necessárias para cada atividade encontrada na etapa anterior de quantificação dos insumos.
Com o diagrama anexado no Navisworks foi realizado um processo semelhante ao da quantificação dos itens, ou seja, vinculou-se os elementos do modelo às etapas do cronograma e com isso foi possível gerar um vídeo de execução da obra que permite a visualização das etapas da construção e eventual identificação de falhas e conflitos entre as atividades.
Um dos aspectos mais importantes da Norma de Desempenho é a determinação do tempo de garantia dos materiais e sistemas utilizados na edificação e, tendo isso em mente, buscou-se, para esse trabalho, utilizar ferramentas que colaborassem para o controle dessas garantias.
Tentou-se entrar em contato com as empresas YouBIM e FM: systems em busca de uma versão demonstrativa dos seus produtos, porém, não houve respostas.
Portanto, decidiu-se utilizar o sistema CObie de planilhas, já que a Autodesk disponibiliza uma add-on tanto para o Revit quanto para o Navisworks que captura as informações dos itens do projeto e exporta planilhas no formato CObie.
O add-on possui dois menus principais. No primeiro o usuário deve configurar os contatos dos indivíduos envolvidos na execução e determinar todos os parâmetros das informações que serão exportadas, o segundo permite ao usuário gerenciar o zoneamento dos espaços presentes no projeto. Os menus são apresentados nas imagens:
Com as configurações do primeiro menu realizadas, pôde-se perceber que alguns balões de informações foram adicionados às famílias do projeto, dentre eles se destacam a data de instalação do elemento e sua respectiva data de garantia, essas informações irão auxiliar na montagem dos cronogramas de manutenção da edificação.
Nessa etapa também é possível adicionar um parâmetro relativo a um link da internet que dá acesso a um manual de operação para o item ou sistema.
Na etapa de gerenciamento das zonas, foi feita a divisão por apartamentos e isso permite que os valores relativos à manutenção do apartamento sejam repassados ao cliente.
Nas imagens podemos ver uma parede com os parâmetros CObie adicionados e o zoneamento dos apartamentos, respectivamente.
A planilha foi então exportada e pôde-se verificar que os parâmetros adicionados foram transferidos com sucesso.
Muitos outros parâmetros e informações podem ser exportadas pelo CObie, a depender do que o usuário achar necessário.
Na imagem abaixo podemos ver a planilha com as informações adicionadas.
Com isso, concluímos a nossa série de artigos sobre o uso do BIM na adequação à Norma de Desempenho.
Espero que tenha aprendido bastante, e caso haja alguma dúvida, deixa o seu comentário!
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Você já ouviu falar no BIM, porém ainda não tem muita noção do quê significa? Esse artigo é para você!
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