Uso do BIM na adequação à
Norma de Desempenho - Pt. 2

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Hugo // 12 de novembro de 2019 // 11:31

 

Esse é o segundo artigo de uma série de artigos acerca do uso da plataforma BIM para a adequação de projetos à Norma de Desempenho NBR 15575.

 

Para que haja um melhor entendimento do conteúdo, leia o primeiro artigo da série. Basta clicar aqui!

Uso do BIM no aumento da produtividade e acompanhamento de manutenções

A busca pela melhoria da produtividade é um processo incessante em qualquer área, e na construção civil não é diferente.

1. Projeto

Os processos de modelagem e representação gráfica evoluíram bastante no decorrer da história e o BIM vem ganhando cada vez mais espaço. 

 

O fato de possuir funções que aumentam o desempenho e a produtividade dos projetistas fez com que as ferramentas que utilizam esseconceito fossem cada vez mais adotas.


Em publicação na revista “Concreto e Construções” 85ª edição, os representantes da “França & Associados Projetos Estruturais” Reinaldo Kaizuka e Thais Celebroni comentam sobre a implantação do BIM em seu escritório.
 


Segundo eles, enquanto buscavam uma forma de aumentar a produtividade na elaboração de projetos (que até então eram feitos apenas com ferramentas CAD 2D), se depararam com o conceito do BIM, mais precisamente com o software Revit® e, ao analisar as vantagens oferecidas, adotaram o processo de forma irreversível.
 


Os autores comentam que as maiores dificuldades são encontradas no começo, já que necessitam fazer pesquisas de viabilidade e o treinamento do pessoal, mas em apenas 6 meses eles já estavam preparados para desenvolver projetos de grande escala com o uso da nova ferramenta. 

 

O software de cálculo estrutural utilizado por eles era o TQS®, o qual mostrou-se compatível com o Revit® e, portanto, eliminando a necessidade de se adaptar a outro software. 


São apresentados na publicação alguns indicativos que revelam a relação de produtividade entre o BIM e o CAD. 

 

Nas Figuras 10 (o eixo das ordenadas corresponde ao percentual de tempo gasto na etapa em relação ao total) e 11 são apresentados ver os gráficos comparativos.

  

 

FONTE:http://www.francaeassociados.com.br/wp-content/uploads/2017/05/RevistaConcreto-85-Obras-emblemáticas.pdf 

Com esses dados eles concluem que apesar de se investir mais tempo nos estudos preliminares, a economia de tempo nas fases executivas e de revisão das folhas mais do que compensa a adoção do BIM.

2. Execução

Como um banco de dados visual dos componentes do edifício, o BIM pode fornecer a quantificação exata e automatizada e ajudar na redução significativa da variabilidade das estimativas de custos (SABOL, 2008).

 

O BIM, além de trazer melhoras na velocidade de execução do detalhamento e da concepção e modelagem dos sistemas, traz recursos que buscam: Otimizar a execução da obra (prevendo falhas logísticas e conflito entre projetos), auxiliar no gerenciamento de todas as etapas e agilizar a geração de quantitativos e orçamentos. 

 

Esses recursos referem-se às dimensões 4D e 5D.

 

Alder (2006) apresenta muitos atributos que podem ajudar na estimativa e na quantificação utilizando-se da ferramenta BIM, são eles:

  • Visualização e compreensão do escopo do projeto – visão tridimensional;
  • Atributos dimensionais a partir de objetos sem quaisquer problemas de escala errada – exibir os itens a serem quantificados;
  • Quando um modelo é criado, a lista de materiais ou lista paramétrica tornam-se disponíveis e são ligadas aos objetos no modelo. Estas listas podem ser modificadas para mostrar os parâmetros dos objetos no modelo, tais como as quantidades e dimensões atualizadas automaticamente;
  • É possível isolar os objetos na visão tridimensional para verificar a correta quantificação e o orçamento é desenvolvido com detalhe significante (detalhadas pelo sistema);
  • A estrutura de custos é disponível para as partes fundamentais para avaliação das áreas onde são possíveis grandes melhorias.

Umas das ferramentas mais utilizadas é o Navisworks® da Autodesk, ela possui recursos que possibilitam ao usuário realizar de forma automática a checagem de conflitos entre sistemas assim como organizar a ordem das etapas da construção, tudo isso feito com um acompanhamento gráfico que facilita a interpretação por parte de todos os envolvidos.

Existe ainda a possibilidade de analisar a alocação do empreendimento, permitindo a previsão de impactos no ambiente (ventilação, impermeabilização do solo, tráfego de veículos, etc). Abaixo está ilustrada a interface do Navisworks.

Segundo Valverde (2016), existe uma lacuna entre a elaboração dos projetos e a execução, que resulta em perdas de produtividade e de desempenho durante o processo de produção que poderiam ser amenizados com o uso de ferramentas BIM. 

Mas, para tanto, é necessário que se promova uma transformação cultural nas empresas, a partir da valorização da interação da equipe de construção. 

É importante também, que haja uma reorganização do processo, com a gestão de projeto acontecendo em paralelo às disciplinas envolvidas, em detrimento do modo sequenciado de projetar.

3. Operação e Manutenção

Levando em consideração que a NBR 15.575 exige garantias mínimas dos componentes e sistemas das edificações e tendo em mente a 7ª dimensão do BIM, podem ser destacados alguns softwares que auxiliam nessa etapa, são eles: 

  • YouBIM, Archibus, efacility e o FM:systems. Esses softwares possibilitam a integração de cronogramas de manutenção e manuais dos componentes, eles também permitem que os projetistas, usuários e os profissionais responsáveis pela manutenção visualizem os itens e sistemas defeituosos, facilitando a sua identificação e posterior conserto.                                                               
    Na figura abaixo é mostrada a interface do YouBIM.

Os pesquisadores Yu-Cheng Lin e Yu-Chin Su da Universidade Nacional de Tecnologia de Taipei em Taiwan, em uma publicação na “The ScientificWorld Journal” em 2012, descrevem um sistema de gerenciamento de manutenção chamado de BIM-based Facility Maintenance Management (BIMFMM). 

Esse sistema utiliza os recursos disponíveis do BIM 3D e 7D para a modelagem e inserção de dados, e busca, através do compartilhamento de dados na nuvem, permitir que o modelo seja acessado pelos indivíduos que necessitarem utilizá-lo, porém, apenas como modo de visualização (a visualização pode ser feita em smartphones e tablets), evitando que o modelo original seja alterado.

Considerando que o modelo é acessado na nuvem, tanto a construtora ou incorporadora responsável pelo empreendimento e o usuário final poderão registrar facilmente as manutenções realizadas de forma que, caso haja algum desentendimento em relação às garantias de determinado item, os registros poderão ser acessados por ambas as partes a fim de definir de quem irá arcar com a manutenção.

Além desses recursos mencionados, o governo do Reino Unido criou, em 2011, um modelo de gerenciamento de informações chamado CObie (Construction Operations Building Information Exchange). 

Resumidamente falando, o CObie é um conjunto de planilhas que reúne todas as informações necessárias extraídas de projetos em BIM, tais como áreas de ambientes, dados de fabricantes e fornecedores, descrições, entre outros.

O COBie é um formato para troca de informações e busca modificar o processo tradicional de transferência de grandes quantidades de plantas e documentos ao final da obra para os gerentes de empreendimentos ou proprietários de edifícios. 

Ele ajuda a reduzir bastante os custos de operação do edifício e permite que todos esses dados fiquem concentrados em um esquema de simples acesso e de fácil visualização.  

Falando em termos de Facility Management, os projetistas, ao elaborar as famílias que serão utilizadas em seus projetos, podem adicionar informações que serão relevantes para auxiliar no controle da vida útil dos elementos que compõe o empreendimento, tais como o tempo de garantia, o contato do fornecedor, o contato de técnicos especializados no conserto e, inclusive, manuais de operação.

Os dados das planilhas em modelo CObie, por serem apenas planilhas do Excel em formato XLS, podem ser exportadas para diversos softwares de Facility Management, dependendo da preferência do usuário. 

A desvantagem é a falta de dados visuais, dificultando o processo de entendimento das informações.

No próximo artigo traremos o estudo de caso, então fique ligado!

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Hugo Chaves

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Engenheiro civil
Bim Manager
Diretor de marketing na Neo Ipsum

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