O que é e como funciona o BricsCAD
Os engenheiros e arquitetos devem estar sempre atentos às novas ferramentas e soluções que surgem no mercado. Uma dela é o BricsCAD!
Pedro & Lucas // 20 de setembro de 2021 // 11:03
O uso do BIM vem ganhando espaço por todos os cantos do mundo e esse é um assunto constantemente abordado aqui no blog, a possibilidade de simular uma edificação por completo integrando todos os seus projetos e analisando os seus processos é algo incrível.
Embora a metodologia BIM esteja avançando no Brasil, algumas áreas não estão acompanhando essa evolução na mesma velocidade.
Hoje vamos falar um pouco sobre os projetos elétricos em BIM utilizando softwares compatíveis, falando um pouco sobre os problemas enfrentados e as vantagens obtidas, vamos lá?!
Para aqueles que já conhecem o universo do BIM, é normal falar de qualquer tipo de projeto referente a edificações feitos em softwares BIM.
Entretanto, atualmente no Brasil é perceptível como os projetos elétricos são aqueles com o menor número de adesão ao BIM. Mas porque isso?
Bom, podemos levantar alguns fatores ou problemas que atuam dificultando ou desestimulando o uso do BIM em projetos elétricos.
· Biblioteca de componentes: Diferente de outras disciplinas de projetos de uma edificação (como os projetos hidrossanitários e estruturais), os componentes, produtos e peças dos projetos elétricos não apresentam uma biblioteca aceitável. Isso se deve ao fato de que os fornecedores dos materiais não se interessam em dar um salto na entrega de seus produtos e serviços, disponibilizando uma biblioteca com informações precisas e suficientes dos componentes.
Isso faz com que o próprio projetista invista uma grande quantidade de tempo modelando algumas das peças utilizadas, essas que geralmente não ficam com as dimensões reais e precisas nem com grandes níveis de informações, assim, desestimulando os projetistas e piorando a qualidade dos projetos desenvolvidos;
· Softwares adaptados: No Brasil não possuímos, ainda, softwares que estejam de acordo com as normas brasileiras em relação aos projetos elétricos. A maioria dos softwares disponíveis são desenvolvidos por europeus e/ou americanos, isso resulta em programas com traduções mal feitas em relação a alguns termos técnicos. Existem alguns templates que auxiliam o projeto a ter um menor índice de erros, mas o ideal seria uma atualização do próprio fabricante. É interessante citar que temos uma empresa brasileira investindo em softwares para instalações elétricas, a AltoQi e o Orçafascio com o seu plugin OFElétrico;
· Barreira cultural: Um último fator muito importante que está diretamente ligado aos dois pontos anteriores é a barreira cultural presente no Brasil. A maior parte do mercado da construção civil brasileira está satisfeito com os processos tradicionais de projetos que são usados até hoje, embora muitos admitam que existem diversos pontos a serem melhorados no cenário atual. Esse comodismo retarda a implementação e aceitação do BIM em perspectiva nacional.
· Detecção de interferências: Assim como em todas as disciplinas de um projeto feito em BIM, um dos pontos de grande destaque é a possibilidade de detectar e prever interferências, sejam elas causadas por erros durante o projeto, ou por processos conflitantes durante a obra. Essa detecção faz com que o número de retrabalho seja diminuído e se ganhe tempo para proporcionar uma melhor qualidade de projeto, pensando nas melhores soluções;
· Extração de dados: Depois de feito um projeto de instalações elétricas, um dos fatores positivos é a capacidade dos softwares BIM de aproveitar os dados já informados para gerar tabelas automatizadas com informações como quantidade de peças, metros de fios e etc. Esse processo proporciona um ganho de tempo, uma vez que não é mais preciso ficar atualizando os dados em tabelas separadas, pois o software já faz esse trabalho;
· Simulações e análises energéticas: Esse é um ponto que acontece em escritórios com um nível de maturidade BIM elevado (para saber mais sobre maturidade BIM clique aqui!). Essas análises são feitas de forma a entender como será o consumo de energia da edificação, tentando prever alguns problemas e otimizar o projeto e os processos energéticos envolvidos;
Maior entendimento da obra: Como no BIM os projetos são totalmente integrados um ao outro, torna-se mais fácil e intuitivo entender a obra como um único processo onde todos os projetos estão interligados. Isso ajuda a entender o motivo de algumas decisões tomadas e possibilita uma maior interação entre os projetos o que promove uma resolução de problemas de forma mais simplificada e direta.
A eficácia do BIM em melhorar os projetos e otimizar alguns processos já é tido como um fato no universo da construção civil.
Embora os projetos de instalações elétricas feitos em BIM apresentem algumas dificuldades para adesão dos projetistas, os benefícios gerados por essa adesão são refletidos diretamente na obra, na quantidade de trabalho e retrabalho e em um melhor aproveitamento do tempo.
A intuição de todos aqueles que usam BIM é que a mudança do modo de projetar tradicional para a metodologia BIM é algo inevitável e com a disciplina de instalações elétricas não é diferente.
Estar sempre buscando entender as novas tecnologias do mercado e se adaptando a elas é um ponto importante na jornada de profissionais de sucesso, na construção civil isso não é diferente.
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Grande abraço.
Os engenheiros e arquitetos devem estar sempre atentos às novas ferramentas e soluções que surgem no mercado. Uma dela é o BricsCAD!
Os decretos BIM prometem mudar a dinâmica do mercado da construção civil já no início de 2021! Dá uma olhada nesse aritgo e entenda melhor!
Esse é o quinto artigo de uma série de artigos acerca do uso da plataforma BIM para a adequação de projetos à Norma de Desempenho NBR 15575.
Engenheiro civil e fiscal de obras
Especialista em Eng diagnóstica
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Estagiário na Neo Ipsum